Olá,
Cláudio!
Quanto às tuas
perguntas aqui vão as minhas respostas:
1- Reconheceram-te as tuas habilitações?
Sim, sem problema. O Tratado de Bolonha veio
facilitar essa parte. E depois, aqui valoriza-se muito mais a experiência
profissional que se tem do que propriamente o canudo :) Não te deixes
amedrontar com a história do diploma. Claro, convém saber explicar porque foste
para aquela escola. Dar uns créditos à escola que te deu a formação, mesmo que
penses que não mereça assim tantos... Eu estudei na Universidade de Coimbra e
sempre a tive em muito baixa consideração. Foi preciso vir para a Alemanha para
dar todo e qualquer crédito à Universidade de Coimbra. Agora, longe de Portugal
e passados alguns anos, vejo que a minha formação é óptima. Não fica aquém de
nenhuma aqui na Alemanha, e até me atrevo a dizer que é muito melhor do que
muitas universidades conhecidas por aqui.
Não tenhas medo. Onde estudaste não vai ser entrave para conseguires emprego. Mas não esquecer de "dar lustro" à escola onde estudaste ;)
Não tenhas medo. Onde estudaste não vai ser entrave para conseguires emprego. Mas não esquecer de "dar lustro" à escola onde estudaste ;)
2 - Achas que nós, portugueses, estamos preparados
para o grau de exigência de outros países europeus, a nível de competências?
Sem dúvida NENHUMA! Soubesse eu o que sei hoje, sentisse eu a auto-estima
que sinto hoje... Nós os portugueses não sabemos dar valor nenhum ao que somos
e ao que temos. Somos os mestres em nos pormos em baixo, em pensar que ninguém
tem uma vida tão má como a nossa. Somos, portanto, uns totós! Aqui, vejo cada
caramelo com apenas um dedo de testa a dizer "que faz e que
acontece"! E essa é a grande diferença. Eles sabem vender-se bem. Nós,
temos orgulho de sermos portugueses, mas não sabemos vender isso. Eu demorei
uns anitos a perceber isso. E todo o meu trajecto profissional foi o ideal para
perceber que não nos falta NADA. Mentira! Falta-nos sim: autoconfiança. De
resto temos tudo!
Por isso, não hesites. Se sentes que está na altura de mudar a tua vida,
então, força! Aproveita a boleia da tua namorada francesa e vai à aventura! Mas
não esquecer que aventura é isso mesmo: ir e esperar de tudo - o bom e o mau. Quanto
ao bom, é aproveitar quando ele chega. Quanto ao mau, é estar atento e planear
umas coisinhas antes de te mandares de cabeça. Há o aventureiro e o estúpido. O
aventureiro vai à aventura, mas sabe (ou pelo menos tenta saber) os riscos que
corre, prepara uma estratégia, define os seus pontos fortes mas também os fracos,
e previne-se para que, se houver uma queda, não se magoe tanto.