Criei este blogue para servir aqueles que pensam em emigrar para a Alemanha.
Para dar a conhecer um pouco mais como as coisas funcionam tomando como base a
minha experiência pessoal. Esse continua a ser o meu objectivo e com este post
pretendo falar sobre despedimento
:)
Já foi há algum tempo, exactamente três meses, que fui despedida.
A
sensação de ter "dar tempo à casa" não era nova para mim. Porém, desta vez, não
fui eu que escolhi sair da empresa. O ter de continuar a trabalhar na empresa
mesmo depois de ter sido despedida foi o que mais me custou. É uma mistura de
quero ver-me livre disto o mais rapidamente
possível! com um e não posso pois tenho
de aqui ficar mais um mês!.
A crise não está só em Portugal :) nem
nos PIGS (continuo a achar que se deveria considerar PIGUKS...). Por aqui as
coisas não andam famosas. Desde que saí da empresa já foram "dispensados" mais
cinco. Mas, como eu sempre disse, as empresas não podem parar, mesmo em tempo de
crise, e haverá sempre quem esteja à procura de pessoal para trabalhar. E falo
de empresas que fazem girar a economia mundial :) E é por isso que, mesmo tendo
sido despedida em tempo de crise, sei que em breve tornarei a ter emprego.
Foi assim:
1. Tive uma reunião com o meu chefe onde me foi informado
de que iria ser dispensada. Tive de assinar nessa mesma reunião um documento em
que dizia que eu tinha sido informada. Fui informada com seis semanas de
antecedência;
2. A rescisão de contrato / o novo contrato (de 5 semanas) pôde
ser lida com calma em casa, antes de eu a assinar. Deu-me a oportunidade de
verificar se constava algo com o qual não concordava. Estava tudo OK;
3. Como
tinha contrato até 2011, tive direito a uma indemnização, que no meu caso
constou aprox. de um salário líquido (este é um valor normal mínimo aplicado
hoje em dia);
4. Tive direito a carta de recomendação (aliás, a empresa é
obrigada a fornecer essa carta).
Ponto 1. e 3., rescisão de contrato:
desengane-se aquele que pensa que a existência de um contrato o protege de uma
situação de despedimento. Se não houver trabalho para o trabalhador desempenhar
na empresa, a empresa tem mais do que justificada a sua decisão :) Mesmo na
Alemanha.
Ponto 4., a Carta: esta ao ser escrita rege-se por uma série de
regras que codificam, no próprio texto, o desempenho do trabalhador na empresa.
Cada frase significa uma avaliação num aspecto qualquer do trabalho desenvolvido
pelo trabalhador. Por exemplo, tem de constar no fim do texto algo como "temos
muita pena por perdermos uma trabalhadora como a Ana. Agradecemos à Ana o bom
trabalho desenvolvido na nossa empresa, e desejamos-lhe toda a felicidade e
êxito tanto na sua vida profissional como particular". Se esta frase não
aparecer numa carta de recomendação significa que o trabalhador não é
recomendado :) Aqui, p.ex.,
encontram-se as regras.
p.s.1: Se saíres da empresa, sai de forma a
deixar a "porta entreaberta". Nunca se sabe quando te irás cruzar novamente com
a empresa que te despediu ou até mesmo com os colegas com quem trabalhaste. Sair
"a bem" é meio caminho andado para encontrares um novo trabalho, pois TUDO SE
SABE. Não esquecer das redes sociais existentes na internet. Antigamente
verificava-se a informação com um telefonema. Hoje em dia vai-se à internet e
TUDO se encontra. Para não falar de que a Europa e até mesmo o mundo encolheram
de uma maneira assustadora. Ou melhor, hoje em dia (como diria Thomas Friedman)
"The world is flat" ;)
p.s.2: É preciso estar de olho aberto e
identificar à nossa volta as oportunidades. Elas estão lá para as agarrarmos.
Basta nós querermos! ;)
(in O blog que já devia ter sido escrito, 16/06/2010)
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